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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Números do Brasil

Veja resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE feita em 2013 com 362.555 pessoas em 1.100 municípios

Perfil da população brasileira


Perfil da população brasileira


A Pnad de 2013 mostra uma tendência de envelhecimento da população brasileira. Dos 201,5 milhões de habitantes no país, 13% são idosos, ou seja, têm mais de 60 anos.
Outro destaque foi o aumento da proporção de solteiros no país: de 48,2% do total da população em 2012 para 49,2% em 2013. A definição de solteiro inclui pessoas com união estável ou que se casaram só no religioso.
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Analfabetismo no Brasil



A taxa de analfabetos no país teve queda após um ano de estagnação. O índice de brasileiros com 15 anos ou mais que não sabem nem ler e escrever era de 8,6% em 2011. Teve ligeira alta para 8,7% em 2012. E caiu para 8,3% em 2013.
Mas o número de pessoas com 10 anos ou mais que não têm instrução, ou estudaram menos de um ano, subiu de 15,3 milhões para 16 milhões.
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Posse de bens


Em 2013, os domicílios brasileiros apresentaram aumento de carros (alta de 4,8%) e motos (1,4%) nas garagens.  Outro destaque foi o crescimento de máquinas de lavar – são 7,8% mais residências com o eletrodoméstico.
Na contramão estão aparelhos de rádio (queda de 4,4%) e DVD (-2,8%). Os índices de fogão e TV dentro dos domicílios brasileiros ficaram estáveis.
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Acesso a internet E POSSE DE CELULAR




Pela primeira vez, segundo a Pnad, mais da metade da população brasileira tem acesso a internet. A alta no número de pessoas conectadas foi menor do que em outros anos: menos de 1 ponto percentual entre 2012 e 2013.
O número de pessoas com celular no país manteve o crescimento, mas com alta menor na comparação com outros anos. Em 2012, 72,8% da população tinha o aparelho. Em 2013, o número subiu para 75,5%.
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Desigualdade de renda




O Índice de Gini, que mede a distribuição da renda, passou de 0,496 em 2012 para 0,498 em 2013. Embora a variação seja pequena, o índice voltou para o mesmo patamar de 2011. Considerando os rendimentos de todas as fontes (não apenas a renda do trabalho), a distribuição teve tendência decrescente, o que indica melhora na distribuição.
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Ocupação



A taxa de pessoas economicamente ativas (15 anos ou mais) era de 65,5%, em 2013. Isso indica estabilidade em relação a 2012 – o número era de 65,9%. O trabalho infantil (faixa entre 5 e 13 anos e proibido por lei) diminuiu de 561 mil crianças, em 2012, para 486 mil em 2013.
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Créditos

Edição: Shin Oliva Suzuki (Conteúdo); Léo Aragão (Infografia)
Reportagem: Amanda Polato
Infografia: Elvis Martuchelli, Karina Almeida e Roberta Jaworski
Desenvolvedores: Fábio Rosa, Hector Otávio e Rogerio Banquieri

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Conflito no Iraque: Ataques de grupo radical islâmico reacende o perigo da guerra civil






30.jun.2014 - Militares reforçam a segurança na fronteira entre Kirku e Tirik, no norte do Iraque
  • 30.jun.2014 - Militares reforçam a segurança na fronteira entre Kirku e Tirik, no norte do Iraque
Quando os Estados Unidos deixaram de ocupar militarmente o Iraque, em 2011, a perspectiva era a de um futuro estável para o país: havia um governo democrático recém-eleito, uma nova constituição e um exército treinado pelos militares norte-americanos.
Mas a ofensiva armada de um grupo extremista sunita que pretende derrubar o atual governo do primeiro-ministro, Nouri Al-Maliki, ameaça deixar o país em colapso. Desde janeiro deste ano, o grupo radical sunita do Estado Islâmico (que antes era chamado de Estado Islâmico no Iraque e Levante- EIIL) tem travado combates com o exército iraquiano, que não está conseguindo conter o avanço dos extremistas.

Os insurgentes já ocupam áreas no oeste e no norte do Iraque, como as importantes cidades de Mosul e Tikrit, cuja população é de maioria sunita. Mais de 500 mil pessoas foram forçadas a fugir dessas cidades e procurar refúgio. As forças rebeldes também avançaram rapidamente nas regiões que fazem fronteira com a Síria, Jordânia e Arábia Saudita e assumiram o controle de usinas de eletricidade e campos de petróleo.
Os rebeldes divulgaram imagens na internet que mostram centenas de homens deitados de bruços em trincheiras e sob a mira de fuzis. Relatos indicam que os insurgentes capturam a população com a intenção de soltar os sunitas, enquanto os xiitas são separados para a execução.
A organização não-governamental Human Rights Watch afirma que há indícios de que centenas de homens foram executados e pede que autoridades investiguem esses crimes de guerra. Para a ONG, além do massacre, os ataques podem provocar uma onda de refugiados e são uma ameaça para a segurança de milhares de mulheres.
A população iraquiana é dividida entre sunitas, xiitas e curdos. Os dois primeiros seguem linhas religiosas diferentes do Islã e o último é uma etnia que vive em uma área autônoma.  Atualmente, o governo é de maioria xiita.
Em julho, os insurgentes declararam a criação de um “califado sunita” no território dominado no Iraque e no leste da vizinha Síria, país que está em guerra civil. O califado é um antigo sistema político que foi abolido em 1924, após a destituição do Império Otomano.
Segundo o porta-voz do Estado Islâmico, Abu Mohammed al-Adnani, o califado se estenderá da região de Aleppo, no norte da Síria, até Diyala, no leste do Iraque, e terá como califa (líder político e espiritual)  o chefe do EEIL, Abu al-Bagdadi.
O grupo também pretende invadir a capital Bagdá para derrubar o atual governo e milícias xiitas da cidade já se preparam para um possível ataque. Além de fundar um Estado islâmico transnacional, a luta armada do EEIL teria o objetivo de governar sob as seculares leis religiosas da sharia (Lei Islâmica baseada no Alcorão, livro sagrado do Islamismo).
Adeptos do jihadismo (guerra santa islâmica), os militantes do EEIL são considerados uma dissidência da rede terrorista Al-Qaeada, responsável pelos atentados do 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos. O grupo iraquiano é responsável por uma série de ataques terroristas no país que alvejaram as forças de segurança, funcionários do governo e civis xiitas. O EEIL também atua na guerra civil da Síria, apoiando jihadistas que se infiltraram na revolta síria e lutam contra as tropas do governo de Bashar Assad.
Com esse novo cenário de instabilidade, o Iraque pode caminhar para a guerra civil e ter o risco de ser dividido entre territórios sunitas, xiitas e curdos. Além disso, grupos fundamentalistas podem ter controle dos importantes campos de petróleo do país e o processo democrático conquistado pode ser eliminado.
Como retaliação, os EUA enviaram aviões para sobrevoos de reconhecimento sobre Bagdá e afirmou que a intenção é proteger cidadãos e militares americanos na capital. Por enquanto, os norte-americanos estão estimulando uma mudança no atual governo iraquiano, para que ele seja mais inclusivo e abra espaço aos opositores na administração do país. O presidente Barack Obama ainda não autorizou bombardeios em locais tomados pelos rebeldes.

A fragilidade do governo iraquiano e a divisão entre sunitas e xiitas  

A disputa por território no Iraque reflete um problema antigo do país: o conflito entre diferentes etnias e identidades religiosas e seus territórios físicos e políticos.
Os xiitas são maioria no Iraque e representam entre 60% e 65% da população. Já os sunitas representam entre 32% e 37% da população iraquiana, embora sejam maioria no mundo árabe (correspondem a mais de 85% dos muçulmanos de todo o mundo).
O governo do xiita Al-Maliki é acusado de colocar as minorias sunita e curda em uma posição de inferioridade e sem poder de participação nas decisões. Por meses, integrantes da minoria sunita têm protestado contra Maliki, o acusando de discriminação e corrupção.
Em 2013, o Iraque viveu um ano marcado por conflitos. Por um lado, militantes sunitas atacaram vizinhanças xiitas. Por outro, milícias xiitas iniciaram represálias violentas contra sunitas. Mais de 7.000 civis foram mortos em ataques violentos.
Inicialmente, as ações do EEIL ganharam o apoio de muitos sunitas do noroeste do país, que estavam insatisfeitos e desejavam retomar seu espaço político, enfraquecido desde a queda do sunita Saddam Hussein. O EEIL também se uniu a outras milícias que fazem oposição ao regime de Maliki.
Já os curdos, que vivem na província semiautônoma do Curdistão, possuem seu próprio exército e sonham com a independência. Nas últimas semanas, lideranças curdas afirmaram que farão de tudo para proteger os vilarejos do norte de ataques. Para alguns analistas, as forças de segurança curdas num contexto de guerra civil poderiam retomar a bandeira pela independência do Curdistão.
A atual fronteira do Iraque é uma consequência do Tratado Sykes-Picot, de 1916, quando o Reino Unido e a França fizeram um acordo para dividir o Oriente Médio a partir dos interesses dos dois impérios. Os limites traçados não levaram em conta o complexo sistema tribal e as identidades étnicas de curdos e árabes e as diferenças religiosas entre os xiitas e sunitas.
Antiga parte do Império Otomano e ex-colônia do Reino Unido, o Iraque se tornou independente em 1932, tendo sofrido sucessivos golpes de Estado até a chegada do partido de Saddam Husseim, o Baath, ao poder, em 1968. A política era dominada pelos sunitas desde então. Nos anos 1970 e 1980, o país viveu sob a ditadura de Husseim, que na época, era aliado dos EUA. Quando o ditador invadiu a Arábia Saudita, deu início à Guerra do Golfo.
Em 2003, o presidente norte-americano George W. Bush invadiu o Iraque novamente, sob o pretexto de que ele teria armas de destruição em massa. A invasão mudou o balanço de forças e os xiitas ascenderam ao poder, polarizando ainda mais a disputa política com os sunitas.

A influência da crise iraquiana no Oriente Médio

Para muitos analistas, o avanço do Estado Islâmico e sua influência vai impactar o Oriente Médio mais do que a Primavera Árabe. Os EUA teme que o conflito se espalhe para países vizinhos e estimule ataques terroristas de jihadistas ao Ocidente.
Milicianos ligados ao EEIL já controlam os postos da fronteira do Iraque com a Jordânia, país que tem um exército institucionalizado. Analistas avaliam que os milicianos poderiam tentar desestabilizar o país por meio de ataques terroristas.
O Irã, tradicional apoiador dos xiitas no Iraque, reforçou seu apoio ao governo de Al-Maliki e disponibilizou ajuda militar. Para analistas do Ocidente, o apoio do Irã poderia ser fundamental para equilibrar o conflito.
Vizinha do Iraque, a Arábia Saudita posicionou 30 mil soldados na divisa com a fronteira iraquiana. O rei saudita Abdullah disse à imprensa local que tomará todas as medidas necessárias para proteger seu país contra potenciais ameaças terroristas. Maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita é uma tradicional aliada dos EUA e do Ocidente.
Na Síria, o presidente Bashar Assad atacou alguns alvos do EEIL em Raqqa e na fronteira iraquiana. O grupo Hezbollah (que é a favor de Assad) declarou que está preparado para lutar contra o EEIL.



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Petróleo no Pré-Sal Brasileiro - Atualidades

Foi iniciado em outubro de 2013 o primeiro leilão para exploração do petróleo formado na camada pré-sal. A área destinada situa-se no campo de Libra, a maior reserva do óleo em águas profundas do mundo.
O contrato oferecido pelo Governo para as empresas interessadas inaugura uma nova forma de exploração do mineral, a chamada “gestão compartilhada”: segundo esse modelo, a Petrobras será operadora exclusiva do campo, terá participação obrigatória de 30% do petróleo produzido e será criada uma agência reguladora para acompanhar a execução do projeto, chamada PPSA. Além disso, será considerada vencedora do leilão a licitante que oferecer a maior parcela de lucro pela extração do óleo, descontados os tributos e os royalties, para a União. Segundo o edital, a oferta mínima é de 41,65%. Mais ainda, a vencedora deverá pagar um bônus de R$ 15 bilhões para o Governo brasileiro.
Tudo isso, segundo os liberais, deixa o negócio pouquíssimo atrativo para as empresas privadas. Além dos altos valores e participação obrigatória da estatal brasileira, há o risco do projeto naufragar: ainda não se sabe exatamente qual o custo da extração do petróleo de camadas tão profundas do oceano. Esse grupo parece ter razão ao notarmos que as gigantes mundiais do petróleo, como a britânica BP e a americana ExxonMobil, preferiram não participar da disputa. O Governo esperava cerca de 40 empresas habilitadas. Apareceram apenas 11, das quais 06 são estatais de outros países, principalmente da China. Alguns analistas indicam que os chineses têm grandes chances de vencer o leilão, porque não estariam preocupados com o lucro, mas sim com o acesso a reservas de petróleo.
Há, ainda, um outro dado: até poucas horas antes da abertura dos lances, negociações entre os concorrentes indicavam que seria formado um único consórcio para apresentar oferta, o que faria ruir a expectativa de concorrência na licitação. Consequência imediata: a parcela de participação da União ficaria no mínimo estipulado, 41,65%.
Dessa vez, não são só os liberais que preveem um certo fiasco. Membros da esquerda e os trabalhadores da indústria do petróleo há tempos se manifestam contra a decisão da Presidência de privatizar a riqueza pátria. Considerando as recentes denúncias de espionagem do governo americano, acreditam que estaríamos vendendo nosso petróleo aos interesses estrangeiros e abrindo mão de grande parte da soberania nacional. A área ao redor do hotel onde ocorrerá o certame conta com forte esquema de segurança integrado pela Polícia Militar, Força Nacional de Segurança, Exércio e Agência Brasileira de Inteligência. Em tempos de manifestações populares, a tensão é inafastável.
É interessante notar, de uma forma ou de outra, que não importa o alinhamento político deste ou daquele governante quando confrontados com a necessidade de promover investimentos e obter lucro com as empresas estatais. Quem sempre foi contra a privatização acaba cedendo e oferece, ao invés da empresa em si, o próprio objeto a ser explorado. Reconhece-se, assim, que algumas coisas estão além das forças do Estado e cabe ao capital suplementá-las.
O Governo nega, por sua vez, que seja uma privatização (afinal, tenta manter a coerência com todas as críticas que promoveu no passado). Afirma que o modelo de gestão compartilhada manterá altíssimos níveis de retorno financeiro ao país e justifica a decisão diante da incerteza da quantidade explorável do petróleo pré-sal - cenário que não permitiria o empenho exclusivo da Petrobras no processo. Ao mercado, contudo, divulga que o potencial do campo de Libra é “inimaginável” e conclama as empresas privadas a participarem dos leilões diante das expectativas de lucro no longo prazo.
Como diz o ditado: ser pedra é fácil, o difícil é ser vidraça. De nossa parte, parabenizamos o Governo pela decisão de privatizar a exploração da área pré-sal e pelo novo modelo proposto (que realmente tenta alinhar os interesses nacionais com os das empresas privadas, numa relação de ganho mútuo), desejamos sucesso a esse leilão e aos próximos e esperamos que as manifestações deles decorrentes sejam pacíficas e ligadas exclusivamente ao debate natural que um assunto de tamanha grandeza gera na sociedade.

 
Bons estudos!