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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Redes Geográficas

Redes Geográficas


Os fluxos de globalização ocorrem através de redes, que abarcam o mundo inteiro, mas não todo o espaço geográfico.Eles atingem principalmente os lugares mais bem equipados com infra-estrutura de transportes, comunicações, hospedagem,,etc.Esses lugares forma os pontos de interconexões das redes globais.
O espaço geográfico é composto por um denso emaranhado de redes, por meio das quais ocorrem fluxos dos mais variados tipos.Há redes de comunicação(televisão, radio, telefone, computadores, ligados por satélites e cabos de fibras ópticas), redes de rodovias, ferrovias, hidrovias e aerovias, pelas quais flui mercadorias e pessoas, e muitas outras.Essas redes podem abranger o espaço geográfico local, nacional, regional e mundial.

Frases de importantes geógrafos sobre REDES GEOGRÁFICAS...

Rede Geográfica: “conjunto de localizações sobre a superfície terrestre articulado por vias e fluxos” (Roberto Lobato Corrêa, Redes Geográficas e Teoria dos Grafos)

“A rede faz e desfaz as prisões do espaço tornado território: tanto libera como aprisiona. É porque ela é “instrumento”, por excelência, do poder” (RAFFESTIN, 1980)

“Os poderes centrais dedicam, agora, mais à mobilidade das idéias e das ordens do que àquela das pessoas.” (P. Claval, 1989)

‘Os fluxos, de todo tipo – das mercadorias às informações pressupõe a existência das redes.” (Dias, 1995)

“A primeira propriedade das redes é a conexidade – qualidade de conexo -, que tem ou em que há conexão, ligação. Os nós das redes são assim lugares de conexões, lugares de poder e de referência, como sugere Raffestin” (Dias, 1995) 

OS COMPLEXOS REGIONAIS BRASILEIROS

OS COMPLEXOS REGIONAIS BRASILEIROS

O conceito de Região é um dos mais importantes da Geografia. Abordada por diversas correntes do pensamento geográfico, a região é uma subdivisão do espaço definida a partir de critérios objetivos pré-estabelecidos por quem faz a regionalização.

Existem regionalizações formais e informais. Há, ainda, regionalizações administrativas e científicas. Para entendê-las melhor, analisaremos as principais formas de divisão regional do Brasil.

A divisão oficial do Brasil, feita pelo IBGE, é um exemplo de divisão formal e administrativa. Ela contém as cinco Macrorregiões do país: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa divisão baseia-se nas características naturais do território nacional (relevo, clima) mas também se dá em função da composição social e dos atributos econômicos.

Obedecendo os limites das fronteiras entre os estados da federação, essa divisão regional facilita a compreensão das realidades nacionais a partir das informações estatísticas produzidas e agrupadas por cada estado. Esses dados são usados por prefeitos, governadores e pela presidência para planejar as ações governamentais sobre os territórios.

Sendo muito genérica a divisão do Brasil em macrorregiões, o IBGE elaborou subdivisões mais profundas que permitissem o trabalho de planejamento territorial de forma mais eficiente. Assim surgem as Mesorregiões e as Microrregiões.

As mesorregiões se diferenciam pela estrutura produtiva ou por elementos naturais muito marcantes. As Microrregiões são diferenciadas essencialmente pelas formas dominantes de uso do solo e pela relevância de um centro urbano regional.

Um exemplo de divisão informal e científica do Brasil é a divisão em Complexos Geoeconômicos Regionais. Contemplando as características econômicas do território, inclusive os processos históricos que marcaram sua apropriação, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger elaborou uma divisão que não obedece aos limites dos estados do Brasil.


Ela pode ser definida como uma divisão informal já que não possui um caráter oficial e pode ser definida como científica na medida em que sua elaboração obedece os rigores da análise geoeconômica do território brasileiro e sua apropriação histórica, como já assinalamos. Nela não existem 5 macrorregiões mas 3 complexos regionais: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul.


A Amazônia coincide, essencialmente, com a Amazônia Legal, incluindo o norte do estado do Mato Grosso e o oeste do estado do Maranhão, ou seja, áreas que não pertencem à macrorregião norte.

Além da particularidade ecogeográfica, a região é marcada pelos menores níveis de industrialização do país. Destacam-se as culturas de subsistência, o extrativismo vegetal, os grandes projetos de mineração e a expansão recente - e devastadora - da fronteira agrícola nacional.

O complexo do Nordeste abarca todos os estados da macrorregião nordestina - exceto o oeste maranhense - e inclui a mesorregião Norte de Minas (MG), onde as características físicas, sociais e econômicas se assemelham muito mais com o sertão nordestino do que com o sudeste industrializado.

Subdividido em Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte,o complexo do Nordeste tem múltiplas características e grande diversidade interna impostas pela natureza e pela apropriação histórica do espaço nordestino.

O complexo do Centro-Sul reúne os estados do sul, sudeste e centro-oeste, exceto as frações já mencionadas que pertencem aos complexos da Amazônia e do Nordeste. Trata-se do complexo onde a presença e os desdobramentos da influência das indústrias são maiores. O eixo São Paulo - Rio de janeiro - Minas Gerais forma o centro pulsante da atividade industrial, a core area do país.

A industrialização peculiar da região sul e a expansão da agroindústria pelo oeste paulista e centro-oeste completam o painel com os principais componentes econômicos desse que é o maior e mais diversificado complexo regional brasileiro.

Se a divisão oficial do Brasil em cinco macrorregiões é genérica, a divisão em complexos regionais é ainda mais. No entanto representa um esforço notável de análise e síntese das principais características histórico-econômicas do território brasileiro.

"Existem apenas duas classes sociais, as do que não comem e as dos que não dormem com medo da revolução dos que não comem." Milton Santos

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Déficit habitacional: Brasil precisa de quase 8 milhões de moradias

Déficit habitacional: Brasil precisa de quase 8 milhões de moradias

Nas últimas semanas, dezenas de famílias perderam tudo o que tinham em incêndios que atingiram favelas na cidade de São Paulo. O tempo seco, o acúmulo de lixo e as ligações elétricas clandestinas estão entre as principais causas dessas tragédias.

Para os moradores de 1.632 favelas da capital, a ameaça de incêndio faz parte da rotina. Somente neste ano foram registrados 32 casos. A precariedade das moradias – muitas feitas de madeira e coladas umas nas outras – e a dificuldade de acesso às vielas pelo Corpo de Bombeiros fazem com que o fogo se alastre rapidamente.
Em sua maior parte, essas comunidades estão localizadas em áreas invadidas e a prefeitura e concessionárias de luz e água não podem prestar serviços. Por isso, moradores improvisam instalações elétricas, o que provoca curtos-circuitos e acidentes. O lixo acumulado, em razão da falta de coleta e de famílias que sobrevivem da reciclagem, é outro fator de risco.
No último incêndio, ocorrido no Morro do Piolho, o tempo seco e os ventos ajudaram a propagar as chamas, que consumiram rapidamente 300 dos 700 barracos existentes no local. Mais de mil pessoas ficaram desabrigadas e perderam móveis, roupas e documentos.
O drama dessas famílias, no entanto, não é um caso isolado no país. Se no inverno os incêndios são o maior perigo, no verão, moradores de áreas de risco em morros sofrem com as chuvas. Há dois anos, 168 pessoas morreram em deslizamentos de terra em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Tanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos quanto a Constituição brasileira reconhecem que moradia é um direito fundamental do cidadão. Mas essa não é a realidade de milhares de brasileiros que moram em favelas, cortiços e comunidades carentes, sem saneamento básico (água potável e rede de esgoto), eletricidade e outras melhorias.
Entre os problemas sociais relacionados à falta de moradia estão a exclusão social, o desemprego e a violência. Na maioria das favelas, traficantes aproveitam a ausência do Estado para criar facções criminosas que cooptam e coagem as comunidades. Há ainda conflitos de natureza social e política envolvendo movimentos como os sem-terra e os sem-teto.
Déficit
Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, o déficit habitacional brasileiro é de 5,8 milhões de famílias, o que representa um índice de 9,3% de famílias que não têm onde morar ou vivem em condições inadequadas. Os dados foram obtidos com base no PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2009, feito pelo IBGE.
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro possuem as maiores carências, com índices, respectivamente, de 19% e 9,3%.
Em outro relatório, divulgado há um ano pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), foi apontado um déficit de 7,9 milhões de moradias no país, o que corresponde ao total de 14,9% dos domicílios.
Uma pesquisa mais recente, divulgada pela ONU, mostrou que em toda a América Latina o déficit habitacional subiu de 38 milhões de residências em 1990 para algo entre 42 milhões e 51 milhões em 2011.
Segundo a ONU, trata-se de um dos maiores desafios dos países da região. Por outro lado, o índice de pessoas que vivem em condições precárias caiu de 33% em 1990 para 24% em 2010. No Brasil, o percentual é de 30%, de acordo com a ONU.
Migração
O déficit habitacional é causado pela falta de políticas públicas e por transformações sociais, como o êxodo rural e a mudança do perfil das famílias.
Em toda a América Latina, nas últimas décadas, houve um aumento da população urbana, provocando um crescimento desordenado nas grandes cidades. No Brasil, a migração de famílias do campo para as cidades, em busca de emprego no setor industrial e na construção civil, não foi acompanhada de uma política de urbanização. Tal fato contribuiu para o surgimento tanto das comunidades em morros cariocas quanto nas favelas paulistas.
Na década de 1960, pela primeira vez a população urbana ultrapassou em números a rural.  Nos anos 1990 houve o término do fluxo migratório e, no começo do século 21, a população urbana já representava 80% do total da população do país.
Soma-se a isso o envelhecimento da população e as mudanças no perfil familiar, com maior número de divórcios e solteiros na idade adulta, e há um aumento considerável na demanda por domicílios nas cidades.
BNH
Foi somente a partir dos anos 1960 que o governo brasileiro passou a desenvolver programas de planejamento habitacional, com o objetivo de reduzir o déficit de moradias.
Durante o período da ditadura, de 1964 a 1986, vigorou o BNH (Banco Nacional de Habitação), que era responsável pela construção de casas populares no país. O órgão financiou 4,5 milhões de casas para famílias de classe média, o que representou 24% de todo o mercado habitacional.
No entanto, especialistas apontam que o programa – reconhecido como o primeiro de abrangência nacional para a área de habitação – falhou em não atingir um público de baixa renda, sem condições de financiar uma casa própria, que por sua vez engrossou o contingente de moradores de favelas, cortiços e loteamentos clandestinos.
A partir de 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a política habitacional foi concentrada no Ministério das Cidades. Nesse setor, o principal destaque é o programa Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009 com a meta de construir um milhão de moradias para atender famílias com renda até 10 salários-mínimos. O programa foi reformulado no governo da presidente Dilma Rousseff e objetiva construir mais 2 milhões de casas até 2014, 60% desse total voltado para famílias de baixa renda.

 

Espaço Geográfico X Espaço Natural

Espaço Geográfico X Espaço Natural

O espaço geográfico é o produto da ação humana sobre a natureza, ou seja, é um espaço que se forma a partir do momento em que o homem imprime a sua cultura em um espaço natural transformando-o em espaço humanizado.
A formação do espaço geográfico se dá pela combinação de transformações naturais, decorrentes da própria dinâmica da natureza, com as sucessivas transformações da sociedade ao longo do tempo.

             
 A formação das cidades é um dos principais reflexos da ação antrópica sobre a natureza e sua paisagem revela valores culturais das sociedades que as construíram.


Cada elemento componente do espaço natural está intimamente ligado aos demais, dependendo um do outro. Esta noção é de fundamental importância na análise da ação antrópica causadora de desequilíbrios ambientais, pois a modificação de apenas um elemento pode repercutir gravemente nos demais.
O PAPEL DA DINÂMICA SOCIAL
O espaço natural, também chamado de primeira natureza, resultante de um processo evolutivo natural e espontâneo, é transformado em segunda natureza, uma natureza artificial, a partir do trabalho humano de organização. A dinâmica social é, portanto, o principal componente formador das paisagens modernas. Enquanto os espaços naturais são cada vez mais escassos, o meio urbano se torna cada vez mais artificial. É o que observa o geógrafo Milton Santos:

“(...) o meio urbano é cada vez mais um meio artificial, fabricado com restos da natureza primitiva crescentemente encobertos pelas obras dos homens (...)
(...) A urbanização ganha, assim, novo impulso e o espaço do homem, tanto nas cidades como no campo, vai tornando-se cada vez mais instrumentalizado, culturalizado, tecnificado e cada vez mais trabalhado segundo os ditamnes da ciência.”
(SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo, Hucitec, 1988. p. 42 e 43.)

É importante perceber ainda que o espaço geográfico se relaciona com a sociedade de uma forma bastante complexa. Não é possível defini-lo apenas como o lugar onde se localizam os fenômenos, pois, assim como a sociedade interfere no espaço a ser formado, o espaço geográfico produzido irá também interferir no desenvolvimento da sociedade.
Diante de uma nova concepção de espaço geográfico internacional, trazida pelo processo de mundialização da economia, é possível realizar a análise do espaço geográfico sob vários prismas: pela escala local, regional, nacional, ou mundial. Apenas a análise complementar e integrada de cada realidade pode proporcionar uma compreensão da dinâmica espaço-sociedade capaz de produzir melhorias relativas às formas de produção e desenvolvimento e seu impacto sócio-ambiental, bem como sobre novas tecnologias de aproveitamento dos recursos naturais.