Climograma (o grego clima: clima, e grama: escrita) é um gráfico que representa as médias mensais de temperatura do ar atmosférico e de chuva de um lugar. O climograma é uma ferramenta clássica
de representação do clima que
permite uma compreensão mais fácil do perfil climático de determinada região. Através
do climograma pode se representar graficamente as variações de temperatura e
precipitações durante um determinado período de tempo, geralmente de 1 ano.
A
análise do climograma é feita sempre comparando-se a taxa de precipitação e a
temperatura. Quando as barras do histograma estão abaixo da linha de
temperatura significa que há mais calor do que precipitação. Entretanto, isso
nem sempre quer dizer que o clima é seco: alguns climogramas utilizam o índice
conhecido como “índice de Gaussen” para o qual deve se obedecida a relação:
P=2T, ou seja, o valor máximo estabelecido para a precipitação deve ser pelo
menos duas vezes o valor do da temperatura máxima.
Com
o uso do climograma é possível identificar os períodos de estiagem, as épocas
onde a precipitação é maior e até fazer comparações entre os climas de localidades diferentes através da
comparação de seus climogramas
EXEMPLIFIANDO: O que seria um mês seco? Mês
seco é considerado aquele em que o total mensal das precipitações é igual ou
menor que o dobro da temperatura média, ou seja, matematicamente expressamos
como sendo:
- Mês
seco é quando: P = ou < 2xT
- onde
P é a precipitação (mm) e T a temperatura do ar (°C).
Exemplo:
um mês com temperatura media de 30°C e chuva de 50 mm é considerado um mês
seco.
Como se lê um climograma: Nos climogramas, as colunas azuis representam as medias mensais de chuvas e as linhas vermelhas, as médias mensais de temperatura. A quantidade de chuva ou precipitação
média em milímetros está marcada no eixo vertical azul situado do lado
esquerdo de quem olha o climograma (0, 100, 200, 300 e 400 mm). As temperaturas do ar atmosférico,
medidas em graus Celsius (°C), estão marcadas no eixo vertical vermelho
situado do lado direito de quem olha o climograma (0°C, 10°C, 20°C,
30°C e 40°C). Veja os climogramas abaixo:
Em uma semana, ocorreram quatro grandes protestos na cidade de São
Paulo contra o aumento da passagem do transporte público. O primeiro foi
no dia 6 de junho; os seguintes aconteceram nos dia 7, 11 e 13. Todos
eles resultaram em confrontos com a polícia militar. A cada edição, o
número de manifestantes era maior – assim como a violência usada para
contê-los. No dia 13, mais de 200 pessoas foram presas, incluindo
jornalistas, e foram publicados na internet inúmeros vídeos e relatos de
pessoas que presenciaram extrema violência policial contra
manifestantes e transeuntes pacíficos. Os protestos se espalharam por
dezenas de cidades do país (e de fora dele) e, em algumas delas,
incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, o aumento da tarifa foi revogado.
Mesmo nesses lugares, enormes manifestações continuam sendo feitas –
porém, seus participantes têm agora reivindicações variadas, pouco
objetivas e, muitas vezes, contraditórias entre si. Muitos manifestantes
que iam às ruas no início criticam o rumo que o movimento está tomando.
Há os otimistas porque “o povo acordou” e também os que temem um golpe
de Estado. Ninguém sabe o que irá acontecer.
Este é um bom momento para relembrar outros movimentos populares que
fizeram história no país – há boas chances de algo do tipo ser abordado
nos vestibulares deste ano.
Apesar de ter sido um movimento de caráter político-militar (e, por isso, não entrará na lista), a Intentona Comunista de novembro de 1935
merece atenção especial, segundo o professor de história do cursinho do
XI, Samuel Loureiro. Trata-se de uma tentativa fracassada de golpe
contra o governo de Getúlio Vargas feita pelo PCB (na época, Partido
Comunista do Brasil) em nome da Aliança Nacional Libertadora. É que o
movimento tem uma característica importante que remete aos protestos
desta semana: a tarifa zero do transporte público. Foi
estabelecido um governo revolucionário em Natal, no Rio Grande do Norte,
que determinou que os bondes seriam gratuitos para a população. Mas
esse governo durou apenas três dias. Vamos à lista de movimentos liderados pelo povo:
1. Revolta da vacina, de 10 a 16 de novembro de 1904 (República Velha) O que foi: Uma revolta dupla – dos militares e do
povo. “O povo da cidade do Rio de Janeiro rebelou-se contra a lei que
tornava a vacinação obrigatória, criada pelo sanitarista Oswaldo Cruz.
Juntaram-se a eles os alunos da Escola Militar da Praia Vermelha. Os
militares tentaram afastar o presidente Rodrigues Alves do governo para
tentar voltar ao poder, mas acabaram sendo presos e a escola militar foi
fechada”, explica o professor de história do cursinho do XI, Samuel
Loureiro. A cidade virou um campo de guerra; a população depredou lojas,
incendiou bondes, fez barricadas, atacou as forças da polícia com
pedras, paus e pedaços de ferro. Foram registrados 30 mortos e 110
feridos. Mas o que levou as pessoas a se irritarem tanto? A matéria
”Rio: cidade doente”, da revista Aventuras na História responde: “Não é difícil entender por que o povo ficou contra a vacina.
Pela lei, os agentes de saúde tinham o direito de invadir as casas,
levantar os braços ou pernas das pessoas, fosse homem ou mulher, e, com
uma espécie de estilete (não era uma seringa como as de hoje), aplicar a
substância. Para alguns, isso era uma invasão de privacidade – e, na
sociedade de 100 anos atrás, um atentado ao pudor. Os homens não queriam
sair de casa para trabalhar, sabendo que suas esposas e filhas seriam
visitadas por desconhecidos. E tem mais: pouca gente acreditava que a
vacina funcionava. A maioria achava, ao contrário, que ela podia
infectar quem a tomasse. O pior é que isso acontecia. A vacina não era
tão eficaz como hoje”.
2. Greves operárias do início do século 20 O que foi: Até o início do século 20, não havia
direitos trabalhistas: os salários eram baixos, a jornada de trabalho
era enorme, havia o emprego maciço de mão de obra infantil. Muitos
trabalhadores eram imigrantes europeus fortemente influenciados pelos
princípios anarquistas e comunistas. Essa influência foi importantíssima
para a eclosão das greves operárias da época. Em 1905, foi criada a
Federação Operária de São Paulo, que reunia as associações de
trabalhadores da cidade. Em abril do ano seguinte, o Rio de Janeiro
recebeu o 1º Congresso Operário Brasileiro, evento considerado a origem
do sindicalismo no Brasil. No dia 1º de maio de 1907, eclodiu a primeira
greve geral da história do Brasil. A greve, que durou até o meio de
junho, foi reprimida com violência, mas conseguiu fazer com que muitas
empresas adotassem a jornada de oito horas de trabalho.
A segunda greve geral veio em 1917 e começou em São Paulo. Com a
crise no comércio exterior causada pela Primeira Guerra, os preços
aumentavam, os alimentos sumiam das prateleiras e os salários diminuíam.
Enquanto isso, os patrões voltaram a esticar as jornadas de trabalho.
Em 9 de julho, os trabalhadores organizaram uma passeata. A polícia
avançou sobre a multidão com seus cavalos e atirou. Antonio Martinez, um
sapateiro, foi morto. O assassinato revoltou ainda mais os
trabalhadores: dias depois, o movimento se tornou uma greve geral com 45
mil pessoas paradas – praticamente todos os operários da capital
paulista. A imprensa da época tratava as agitações como anarquistas e os
patrões, como caso de polícia. Havia revistas nos passageiros dos
bondes e em todos os operários e populares que transitavam pelas ruas.
Mas, a partir de então, o movimento operário passou a ser reconhecido
como algo representativo e os patrões passaram a negociar com eles.
“O primeiro presidente a negociar com o movimento operário e a
admitir sua existência foi o General Hermes da Fonseca (1910-14)”,
explica o professor Samuel. Mas a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), que unificou toda a legislação trabalhista então existente no
Brasil, foi criada em 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas durante o
período do Estado Novo, entre 1937 e 1945. “Mas é importante notar que
essa legislação veio para conter o movimento operário e aliviar a
pressão social; não foi por bondade do presidente. Vargas era
considerado o pai dos pobres, mas também a mãe dos ricos”.
3. Passeata dos 100 mil, 16 de junho de 1968, no Rio de Janeiro O que foi: Uma manifestação uma popular de protesto
contra a ditadura militar, organizada pelo movimento estudantil e com a
participação de artistas, intelectuais, setores da Igreja e outros da
sociedade brasileira. Embora dois estudantes já tivessem sido mortos em
confrontos com a polícia durante aquele ano, o clima da passeata esteve
mais para o festivo. Uma chuva de papel picado caiu sobre os
participantes do protesto e cinco estudantes acabaram presos. Em
outubro, confrontos envolvendo facções da direita e da esquerda
resultaram uma verdadeira batalha entre alunos da Universidade Mackenzie
e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São
Paulo. A matéria “O ano que sacudiu o mundo“, da revista Aventuras na História, descreve: “A coisa começou com meras agressões verbais entre esquerdistas
da USP e anticomunistas do Mackenzie, mas a escalada da briga passou a
contar com rojões, paus, pedras, coquetéis molotov, vidros com ácido
sulfúrico e até tiros – um estudante do lado da USP acabou morrendo. No
mesmo mês, o congresso (clandestino) da União Nacional dos Estudantes em
Ibiúna, São Paulo, foi invadido pela polícia, que levou para a cadeia
cerca de 900 estudantes. Os pais dos jovens presos, alguns dos quais
funcionários públicos, também foram perseguidos pela repressão.”
Depois disso, o deputado Márcio Moreira Alves, membro de um Congresso
que ainda acreditava ser independente, criticou duramente a repressão
aos movimentos de oposição e chegou a sugerir que as jovens brasileiras
não namorassem mais oficiais do Exército. Veja o discurso no vídeo
abaixo:
A resposta do governo militar ao discurso e à polarização do país
veio em 13 de dezembro com o Ato Institucional número 5, que concedeu
poderes praticamente ilimitados ao presidente da República para
dissolver o Congresso, retirar direitos políticos e civis de dissidentes
e até confiscar seus bens. O presidente se justificou dizendo que havia
feito isso para “salvar a democracia”. A repressão só deixou os ânimos
ainda mais exaltados. Guerrilhas urbanas e rurais tentaram, sem sucesso,
contra-atacar os militares no fim dos anos 60 e começo dos anos 70.
Apesar de terem sido derrotadas, a mística que surgiu em torno da
resistência brasileira em 1968 acabaria virando o modelo da luta pela
redemocratização do país.
4. Comícios das Diretas Já (1984)
O que foi: Entre janeiro e abril de 1984, grandes
comícios foram realizados no país pedindo a volta das eleições diretas
para presidente, abolidas desde 1964. Os dois maiores foram em abril: na
Candelária, no Rio, cerca de 1 milhão de pessoas se reuniram no dia 10;
no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, o número estimado chegou a 1,5
milhão, no dia 16.
Antes disso, um comício na praça da Sé, em São Paulo, reuniu entre
300 e 400 mil pessoas que cantavam “Um, dois, três, quatro, cinco, mil,
queremos eleger o presidente do Brasil.” Esse comício foi decisivo
porque engrossou a mobilização que depois levaria milhões de pessoas às
ruas de outras capitais. A campanha tinha nascido no ano anterior, assim
como a Proposta de Emenda Constitucional número 5, do deputado federal
Dante de Oliveira. Pela emenda, o presidente da República seria eleito
por voto direto, e não pelo Colégio Eleitoral – que reunia os
congressistas e mais seis membros da bancada majoritária em cada
Assembléia Legislativa. A iniciativa ganhou o apoio do grupo
oposicionista que incluía o senador Teotônio Vilela e o deputado Ulysses
Guimarães.
5. Impeachment de Collor (1992) O que foi: Denúncias de corrupção envolvendo o
presidente Fernando Collor começaram a aparecer aos montes na imprensa
em 1992. Pedro Collor, seu irmão mais novo, entregou um dossiê para a
imprensa com denúncias de corrupção envolvendo o presidente e PC Farias,
tesoureiro de sua campanha eleitoral. Todo mundo já andava extremamente
descontente com seu mandato: as medidas de seu governo levaram à
recessão do país e desagradaram a boa parte dos partidos políticos e da
população. A inflação acumulada no primeiro ano de seu governo foi de
4.853% e o confisco das cadernetas de poupança atingiu em cheio a elite
brasileira, que logo ficou contra o presidente. Com as denúncias, o
povo, revoltado, realizou passeatas em vários estados para exigir o
impeachment. Uma das principais foi em São Paulo, no dia 18 de setembro,
reunindo cerca de 750 mil pessoas.